sexta-feira, 31 de agosto de 2012

5773 - FELIZ ANO NOVO JUDAICO




5773 – FELIZ ANO NOVO JUDAICO

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br


Shaná Tová
 

Setembro

Mês onde as principais flores dão um colorido especial às nossas ruas

Um mês repleto de atividades.

Início da estação primaveril.

Comemorações da Revolução Farroupilha.

Comemorações da Semana da Pátria

Segundo o calendário judaico, a partir da chegada da primeira estrela do dia 16 de setembro de 2012 inicia-se o ano de 5773 – para os judeus. É comemorado em dois dias – 17 e 18 de setembro. Para os judeus e seus descendentes, é tempo de refletir e se arrepender dos pecados cometidos. Ao invés de brindar com espumantes e pular sete ondas, é costume dos judeus se focar na introspecção e na reflexão. O Ano Novo judaico é denominado de Rosh Hashaná ( cabeça do ano), dia em que Deus criou o mundo.

O Ano Novo judaico geralmente é comemorado em setembro, pois a contagem dos anos no judaísmo é realizada pelo calendário lunar. O ano tem 354 dias. Para os ajustes convenciona-se que alguns anos tem um mês a mais no calendário judaico.

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Os serviços litúrgicos iniciam-se nos primeiros horários da manhã e vão até o final da tarde. É utilizado um livro de orações especial, denominado de Machzor.

 Rosh Hashaná” é também denominado de “Yom Hazicaron” (Dia da Memória), quando todas as criaturas são julgadas pelo Criador de acordo com seus méritos.

A seriedade e a solenidade que marcam estas comemorações do “Rosh Hashaná” (em hebraico significando cabeça do ano), assumem na vida de cada indivíduo judeu uma expressão muito importante: são os dias temíveis – “Iamim Noraim” em hebraico.

Estes dias decorrem desde a chegada do novo ano até o Dia do Perdão – “Yom Kipur” – neste ano de 2012 inicia no entardecer de 25 de setembro com a reza intitulada Kol Nidrei, e durante todo o dia 26 de setembro. Estes dias são considerados de ampla penitência e de grandes orações.

. Nas orações, a Paz Universal (Shalom na língua hebraica) faz parte integrante do ritual litúrgico. É um tempo de grandes reflexões a respeito dos erros cometidos, e de decidir perante Deus não repetí-los no próximo ano.

Os pais fazem questão de levar as crianças nas sinagogas para que os mesmos aprendam as tradições judaicas. Normalmente, há traduções do hebraico para o português das orações para aqueles que não são muito familiarizados com o hebraico.

Em Porto Alegre, assim como em todo o Brasil, as sinagogas estarão de portas abertas, para receber integrantes da comunidade judaica e amigos. Nestas comemorações do ano novo (Rosh Hashaná) e do Dia do Perdão (Yom Kipur) soa o toque do “shofar” ( instrumento confeccionado com o chifre de um carneiro), que possui o seguinte significado: “os adormecidos devem despertar e questionar suas ações e arrependimentos” – Maimônides. O shofar é tocado enquanto são realizadas as orações. Existem maneiras específicas de tocar o shofar, normalmente guiados pelo rabino ou guia espirtual. O som do shofar é como de uma trombeta. Serve para agitar a alma de todos os judeus. Serve para acordar o povo judaico para a onipresença de Deus. Serve para receber a piedade divina através da oração e do arrependimento. O “shofar” soa como um alarme, que chama à reflexão e à consciência adormecida.

Nos jantares de Rosh Hashaná, onde é reunido a família e amigos da família, para expressar a importância da ocasião, é costume arrumar a mesa do jantar com linho e louças novas. É costume, durante o jantar, mergulhar maçãs no mel, desejando assim “um ano novo e doce”.

Geralmente, durante o Rosh Hashaná, os judeus dizem uns aos outros “que você seja inscrito e selado no Livro da Vida”. Para esta festividade, há várias saudações: L’shaná tová tikatevu – significando “possam vocês serem inscritos para um bom ano”. Outra: L’shaná tová tikatevu v’techateimu – significando “ possam vocês serem inscritos e selados para um bom ano”.

O cumprimento mais tradicional entre as pessoas, para estas solenidades, é “Shaná Tová” – significando literalmente Bom Ano, e é o que desejo a todos vocês. Shaná Tová!

É o setembro de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LEITURA!




LEITURA!

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br
 
Lendo.
Relendo.
Chego a uma conclusão: nada melhor do que uma boa leitura.
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Numa manhã.
Cedo! Muito cedo!
Estou caminhando.
Dirigindo-me à garagem.
Minha garagem não é no prédio.
São problemas de apartamento de prédio antigo.
Térreo! Sem garagem. Edifício muito antigo.
Térreo? Sim, térreo. Não tenho elevador. Preparando-me para o futuro...
Continuo a caminhar.
Encontro um morador de rua.
Deitado na calçada. Problemas da sociedade moderna...
Com seu cobertor.
Papelão e um colchonete.
Também estava acordando.
Cumprimenta-me. Faz isso todos os dias.
Ao lado seu “fiel escudeiro” – seu cão.
E com ele um livro.
Sim, um livro.
- Bom dia. Estou lendo seu livro. Um vizinho seu me emprestou. Estou gostando da história. Também gostaria de ser escritor. Ler é legal! Desde cedo aprendi a ler. Acredito até que sei ler melhor do que “fazer as contas”. Nunca gostei de matemática. Estou lhe atrapalhando? Sei que o senhor todos os dias passa por aqui nesta hora. Deve ir para o trabalho...
-Não se incomode. Estou gostando muito de conversar com o senhor.
- O senhor diz isto pois estou lendo seu livro...
- Claro que não! Todos deveriam ler e gostar de leituras como o senhor. Ler é o melhor exercício. Ler é tudo!
- Eu também acho. Só que gostaria de ler mais, mas não tenho casa. Não tenho biblioteca para guardar os livros e não tenho dinheiro para comprar livros... O Senhor daria de presente para mim outros livros seus?
- Claro. Amanhã neste mesmo horário passarei por aqui e te darei autografado meus livros.
- Desde já fica meu agradecimento eterno.
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Continuei a caminhar.
Cheguei na garagem.
Peguei o carro.
Fiquei a pensar: Uns podem ler e não exercitam. Outros querem ler e não podem se exercitar.
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No outro dia passei pelo mesmo caminho.
E ele não estava ali.
Fui informado por outros transeuntes que não sabiam seu paradeiro.
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Outros dias se passaram e não o encontrei.
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Fiquei a pensar: onde estará aquele “meu” leitor?
Em algum abrigo?
Ou em outro lugar....
Não sei.
O que ficou é o seu pensamento em leitura...
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Uns podem ler...
Outros querem ler...