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Faço sinal na parada.
O bonde para.
Ele é o Petrópolis.
Um pouco barulhento, mas
eficiente...
Pintado com as cores
características da Companhia Carris.
Inicio a viagem.
Sento nos bancos de madeira.
Inicio a ler as propagandas
colocadas internamente. Gosto muito de me distrair nas viagens lendo os textos
das propagandas. A que mais eu admiro é a que diz: “Dura lex, sed lex – no
cabelo só gumex”. São as propagandas internas dos bondes. Tem a do Biotônico
Fontoura, Rum Creosotado e tantas outras...
E o bonde continua sua viagem.
Para em outro ponto.
Sobem mais pessoas.
O bonde está quase lotado.
É hora do pico. Final da tarde.
Tarde quente. De verão. Janelas abertas mas com grades. Não tem ar
condicionado. Não tem ventilador...
O “trocador” cobra as passagens
dos passageiros. Tudo com dinheiro ou moeda. Os estudantes tem passagem
especial. Não tem cartão “tri” e nem cartão de crédito... Passa ele de
passageiro em passageiro. Vai e volta... Do início ao fim do bonde. E ele é
comprido, mas assim mesmo ele consegue realizar seu trabalho. “Um passinho atrás
por favor” – é o que ele pede ao povo...
Puxa uma alavanca de couro para
marcar as passagens já pagas.
O “trocador”, o “motorneiro” e o
“fiscal” com uniformes e bonés característicos. Todos com uniforme da cor bege.
São vistos de longe pelos usuários.
Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
De parada em parada as pessoas
descem ou sobem pelas aberturas traseiras ou dianteiras. Não possuem portas.
Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
Um pouco barulhento.
Sempre nos trilhos.
É um coletivo elétrico.
Chi!!! Faltou luz...
O bonde parou. Junto a uma
esquina movimentada. Mas ele parou... Faltou luz!
O motorneiro sentou no banco de
madeira junto ao “modus operandi” do coletivo. “Banquinho” redondo .
Avisa aos passageiros que faltou
energia. “ Temos que esperar ela voltar”... Parece os dias de hoje que volta e
meia falta luz nas nossas casas...
Poucos minutos depois inicia a
viagem.
Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
Um pouco barulhento.
Mas firme!
Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis
Nos aproximamos do cinema Ritz.
É o final da linha. E é o final
dos trilhos...
Descanso de poucos minutos da
“turma” de condução do coletivo.
Trocam a alavanca de posição
junto aos fios. Isso em cima do bonde...
Início de tudo.
Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
bonde e seus passageiros junto ao abrigo da Praça XV |
outra imagem do abrigo da Praça XV num dia chuvoso |
Parando de ponto em ponto. Sobe e
descem os passageiros. Uns conversam. Outros olham a paisagem. Outros
cumprimentam os conhecidos de viagem. Outros lêem as publicidades. Outros ficam
lendo o jornal: “Correido do Povo” ( mas o “correião”, não o tamanho tablóide
dos dias de hoje).
Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
Sempre nos trilhos.
Chegando no Centro contorna o
Abrigo e vem novamente no seu roteiro até o final da linha.
Lá vem o bonde.
E ele é o Petrópolis...
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Outros e bons tempos de uma
cidade.
De Porto Alegre.
Alegre e com segurança....
Alegre e romântica...
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Lá vai o bonde.
E ele é o Petrópolis...
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