“VELHO” CHALIL
David Iasnogrodski
– escritor, engenheiro, administrador –
david.ez@terra.com.br
– escritor, engenheiro, administrador –
david.ez@terra.com.br
www.davidiasnogrodski.blogspot.com
Algo me vem na memória.
É bom recordar?
Acredito que sim.
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Meu tempo de estudante.
Estudante do curso
científico.
Colégio Júlio de Castilhos.
Porto Alegre.
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Pertencia a um grupo de
estudantes da comunidade judaica.
Fui convidado juntamente
com outro amigo a representar o Brasil num acampamento destes jovens na Argentina.
Mais precisamente na cidade
de Necochea.
Não muito distante de Mar
Del Plata.
Lá fui eu.
Minha primeira viagem
internacional.
Ia ser uma longa
viagem...
Saímos à noite, de
ônibus, de Porto Alegre com um transporte combinado até Jaguarão.
Atravessamos a fronteira.
Estávamos em Rio Branco,
já em território uruguaio.
De Rio Branco fomos até
Montevideo em carro motor (um mini trem de um só vagão) à semelhança que tinha
em Porto Alegre aonde se ia até o Vale dos Sinos, saindo nas cercanias do
Mercado Público.
Chegando à capital do Uruguai
dormimos na casa de um amigo e partimos no outro dia de ônibus até a fronteira
com a Argentina. Dali, de barco cujo nome era Nicolas Mehanowicz chegamos ao
Porto de Buenos Aires – Av. Brasil. Vejam só: Av. Brasil...
Necochea hoje |
Linda praia.
Cheguei meio assustado e
muito cansado.
Assustado com a língua.
Com o número de pessoas.
De toda a América do Sul tinha representantes.
Todos falando espanhol
Nós português.
E assim foi o início da
minha primeira viagem internacional.
Foi muito legal!
Fui bem recebido.
E começamos nosso “acampamento”.
Dormíamos e realizávamos
todas nossas tarefas em cabanas.
Muito interessante!
Sempre fui ligado à
música.
Lá aprendi bastante.
Ensinaram-me muito.
Também recebi um
presente.
Um “chalil”
“Chalil” é uma flauta doce.
Um “chalil” feito em
Israel da marca Zamir.
Um “chalil” marrom.
De madeira.
Comecei a aprender tocar
o instrumento.
Som magnífico.
Ensinaram-me um pouco e o
restante tive que aprender sozinho.
Um grupo de argentinos é
que me presentearam.
Não sabia como agradecer.
O tempo foi passando.
Eu gostando do
acampamento.
Do aprendizado.
Das amizades e do meu “chalil”.
A volta foi de trem até
Buenos Aires. Trem “Maria fumaça”.
Barco até a fronteira com
o Uruguai.
Ônibus até Montevideo.
Carro motor até Jaguarão.
Atravessar a fronteira
com o Brasil estando em Jaguarão.
E finalmente ônibus até
Porto Alegre.
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Que experiência!
Espetacular.
Grandes recordações.
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Contando hoje, ninguém
acredita que isso possa ter acontecido.
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Tudo foi interessante.
O presente do “chalil”
foi magnífico.
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Participei de um grupo de
música.
De música judaica.
Viajamos e nos
apresentamos em muitos lugares.
O “chalil” estava sempre
presente comigo.
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O tempo passou.
Casei.
Tenho um filho
Num acampamento de
famílias doei ao meu filho o “chalil”
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Muito legal!
Ele tem guardado o
presente.
E eu com saudade.
Do tempo!
Das músicas.
De tudo!
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