5774 – “SHANÁ TOVÁ”
Estamos no mês de Elul |
Pelo calendário hebraico, estamos no mês de Elul
– décimo segundo mês do ano civil judaico. Elul geralmente cai em
agosto-setembro no calendário gregoriano.
Elul é um mês muito especial dentro do calendário hebraico.
Como último mês do ano vai significar que está sendo concluído um círculo velho
e todos estão se preparando para iniciar um novo círculo. É tempo de chegarmos
mais perto de Deus. É um tempo de arrependimento na preparação para as Grandes
Festas dentro do judaísmo que são Rosh Hashaná e Yom Kipur.
Em poucas linhas
podemos dizer que segundo o calendário judaico, a partir da chegada da primeira
estrela do dia 4 de setembro de 2013 inicia-se o ano de 5774 – para os judeus.
É comemorado em dois dias – 5 e 6 de setembro. Ao invés de brindar com
espumantes e pular sete ondas, é costume dos judeus se focar na introspecção e
na reflexão. O Ano Novo judaico é denominado de Rosh Hashaná ( cabeça do
ano), dia em que Deus criou o mundo.
Os serviços
litúrgicos iniciam-se nos primeiros horários da manhã e vão até a tarde. É
utilizado um livro de orações especial, denominado de Machzor.
“Rosh Hashaná” é também denominado de
“Yom
Hazicaron” (Dia da Memória), quando todas as criaturas são julgadas
pelo Criador de acordo com seus méritos.
Desde a chegada do
novo ano até o Dia do Perdão – “Yom Kipur” – neste ano de 2013
inicia no entardecer de 13 de setembro com a reza intitulada Kol
Nidrei, e durante todo o dia 14 de setembro são denominados de dias
temíveis –“Iamim Noraim”. Estes dias são considerados de ampla penitência
e de grandes orações.
Nas orações, a Paz Universal (Shalom
na língua hebraica) faz parte integrante do ritual litúrgico. É um tempo de
grandes reflexões a respeito dos erros cometidos, e de decidir perante Deus não
repetí-los no próximo ano.
Os pais fazem questão
de levar as crianças nas sinagogas para que os mesmos aprendam as tradições
judaicas. Normalmente, há traduções do hebraico para o português das orações
para aqueles que não são muito familiarizados com o hebraico.
Nestas comemorações
do ano novo (Rosh Hashaná) e do Dia do Perdão (Yom Kipur) soa o toque do
“shofar”
( instrumento confeccionado com o chifre de um carneiro), que possui o seguinte
significado: “os adormecidos devem despertar e questionar suas ações e
arrependimentos” – Maimônides. O shofar é tocado enquanto são
realizadas as orações. Existem maneiras específicas de tocar o shofar,
normalmente guiados pelo rabino ou guia espirtual. O som do shofar
é como de uma trombeta. Serve para agitar a alma de todos os judeus. Serve para
acordar o povo judaico para a onipresença de Deus. Serve para receber a piedade
divina através da oração e do arrependimento. O “shofar” soa como um
alarme, que chama à reflexão e à consciência adormecida. Este “shofar”
não é um instrumento musical, não é usado por prazer ou divertimento. Tem um
sentido mais profundo como frisei anteriormente: é um chamado para o
arrependimento. “Rosh Hashaná” também é denominado
de “Yom
Teruá” ( Dia do oque), em função de que é obrigação de cada judeu ouvir
o “shofar”
Nos jantares de Rosh
Hashaná, onde é reunido a família e amigos da família, para expressar a
importância da ocasião, é costume arrumar a mesa do jantar com linho e louças
novas. É costume, durante o jantar, mergulhar maçãs no mel, desejando assim “um
ano novo e doce”. Também é costume convidar amigos não integrantes da
comunidade judaica para que juntos possam compartilhar destes momentos de
tradição.
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