quarta-feira, 9 de abril de 2014

LÁ VEM O BONDE!




LÁ VEM O BONDE!

os bondes junto ao Mercado Público - ao fundo o prédio da Prefeitura 


David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br
www.davidiasnogrodski.blogspot.com 

Faço sinal na parada.
O bonde para.
Ele é o Petrópolis.
Um pouco barulhento, mas eficiente...
Pintado com as cores características da Companhia Carris.

Inicio a viagem.
Sento nos bancos de madeira.
Inicio a ler as propagandas colocadas internamente. Gosto muito de me distrair nas viagens lendo os textos das propagandas. A que mais eu admiro é a que diz: “Dura lex, sed lex – no cabelo só gumex”. São as propagandas internas dos bondes. Tem a do Biotônico Fontoura, Rum Creosotado e tantas outras...

E o bonde continua sua viagem.
Para em outro ponto.
Sobem mais pessoas.
O bonde está quase lotado.
É hora do pico. Final da tarde. Tarde quente. De verão. Janelas abertas mas com grades. Não tem ar condicionado. Não tem ventilador...
O “trocador” cobra as passagens dos passageiros. Tudo com dinheiro ou moeda. Os estudantes tem passagem especial. Não tem cartão “tri” e nem cartão de crédito... Passa ele de passageiro em passageiro. Vai e volta... Do início ao fim do bonde. E ele é comprido, mas assim mesmo ele consegue realizar seu trabalho. “Um passinho atrás por favor” – é o que ele pede ao povo...
Puxa uma alavanca de couro para marcar as passagens já pagas.
O “trocador”, o “motorneiro” e o “fiscal” com uniformes e bonés característicos. Todos com uniforme da cor bege. São vistos de longe pelos usuários.

Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
De parada em parada as pessoas descem ou sobem pelas aberturas traseiras ou dianteiras. Não possuem portas.

Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
Um pouco barulhento.
Sempre nos trilhos.
É um coletivo elétrico.
Chi!!! Faltou luz...
O bonde parou. Junto a uma esquina movimentada. Mas ele parou... Faltou luz!
O motorneiro sentou no banco de madeira junto ao “modus operandi” do coletivo. “Banquinho” redondo .
Avisa aos passageiros que faltou energia. “ Temos que esperar ela voltar”... Parece os dias de hoje que volta e meia falta luz nas nossas casas...
Poucos minutos depois inicia a viagem.

Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
Um pouco barulhento.
Mas firme!

Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis

Nos aproximamos do cinema Ritz.
É o final da linha. E é o final dos trilhos...
Descanso de poucos minutos da “turma” de condução do coletivo.
Trocam a alavanca de posição junto aos fios. Isso em cima do bonde...
Início de tudo.

Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
bonde e seus passageiros junto ao abrigo da Praça XV
outra imagem do abrigo da Praça XV num dia chuvoso
Agora em direção ao Centro da cidade. Ao “abrigo dos bondes” junto à Praça XV. 
Parando de ponto em ponto. Sobe e descem os passageiros. Uns conversam. Outros olham a paisagem. Outros cumprimentam os conhecidos de viagem. Outros lêem as publicidades. Outros ficam lendo o jornal: “Correido do Povo” ( mas o “correião”, não o tamanho tablóide dos dias de hoje).

Lá vai o bonde.
Ele é o Petrópolis.
Sempre nos trilhos.
Chegando no Centro contorna o Abrigo e vem novamente no seu roteiro até o final da linha.

Lá vem o bonde.
E ele é o Petrópolis...

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Outros e bons tempos de uma cidade.
De Porto Alegre.
Alegre e com segurança....
Alegre e romântica...

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Lá vai o bonde.
E ele é o Petrópolis...

Bons tempos! 
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Vale a pena recordar a Porto Alegre de outros tempos, ainda mais antiga, mas sempre com os bondes - claro que outros tipos de bondes e suas carroças... Tudo no centro da cidade..
É a "velha" Porto Alegre, mas sempre alegre

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