terça-feira, 23 de agosto de 2011

PONTO DE INTERROGAÇÃO


PONTO DE INTERROGAÇÃO

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador –

david.ez@terra.com.br  blog: davidiasnogrodski.blogspot.com



- Pessimismo ou otimismo?

- Sempre otimista.

- Em todas as ocasiões?

- Sim.

- É uma entrevista?

- Não.

- Então porque estas indagações?

- Para saber o grau de stress das pessoas.



Hoje em dia o pessimismo está tomando conta de tudo. Não temos mais a energia de ontem. Estamos desacreditando em tudo. Estamos observando só notícias negativas. Em todos os momentos. Em todos os órgãos de comunicação. Em todas as conversas. Em todos os momentos devemos acreditar desacreditando das pessoas. Em todas as conversas. 



- Entre os amigos também?

- E ainda há amigos?

- Excelente pergunta.

- E qual a resposta?

- Fico a pensar...

- Acredito na amizade. E você?

- Quem está perguntando sou eu. Vamos ter que iniciar novamente a entrevista?

- Sim.

- O que pensa da amizade entre as pessoas?

- Mais ou menos...

- Mais ou menos? Isto não é resposta. Em algumas coisas, ao menos, devemos ter opinião... E esta é uma delas.

- Sim, mais ou menos. Esta é a minha atual opinião.

- Como assim?

- Penso que as pessoas atualmente estão meio que perdidas em função dos diversos acontecimentos mundiais.

- Como assim?

- Estamos numa globalização. Em tudo. Até nos modos de pensar e agir o ser humano está globalizado. Já não pensa por sua própria opinião. Mas em função disto estamos perdendo uma geração. Emprego, desemprego, violência urbana, drogas.

- Geração perdida?

- Sim. Geração perdida intelectualmente.

- Você é um pessimista. Totalmente pessimista.

- Não era. Mas estou ficando.

- Mas o mundo mudou. Deves ter em mente que estamos atravessando novos momentos.

- Não. Não acredito. Mudou em muitas coisas. Claro que sei da evolução do progresso tecnológico. Fico a pensar, será que não é em função disso o meu pessimismo. O pessimismo de muitas pessoas iguais a mim? Fico a pensar: estas novas tecnologias vindas tão rapidamente não estão trazendo um retrocesso no intelecto das pessoas? As pessoas estão mudando. Mudando em tudo. Até no modo de agir.

- E o que fazer?

- Não sei. Estou virando um pessimista em tudo. Um verdadeiro ponto de interrogação

- Ponto de interrogação?

- Chega. Chega de perguntas. Vou parar para pensar. Pensar em tudo. Até nas interrogações

- Até no ponto de interrogação?

- Chega. Chega. Chega...

PONTO DE INTERROGAÇÃO

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador –

david.ez@terra.com.br  blog: davidiasnogrodski.blogspot.com



- Pessimismo ou otimismo?

- Sempre otimista.

- Em todas as ocasiões?

- Sim.

- É uma entrevista?

- Não.

- Então porque estas indagações?

- Para saber o grau de stress das pessoas.



Hoje em dia o pessimismo está tomando conta de tudo. Não temos mais a energia de ontem. Estamos desacreditando em tudo. Estamos observando só notícias negativas. Em todos os momentos. Em todos os órgãos de comunicação. Em todas as conversas. Em todos os momentos devemos acreditar desacreditando das pessoas. Em todas as conversas. 



- Entre os amigos também?

- E ainda há amigos?

- Excelente pergunta.

- E qual a resposta?

- Fico a pensar...

- Acredito na amizade. E você?

- Quem está perguntando sou eu. Vamos ter que iniciar novamente a entrevista?

- Sim.

- O que pensa da amizade entre as pessoas?

- Mais ou menos...

- Mais ou menos? Isto não é resposta. Em algumas coisas, ao menos, devemos ter opinião... E esta é uma delas.

- Sim, mais ou menos. Esta é a minha atual opinião.

- Como assim?

- Penso que as pessoas atualmente estão meio que perdidas em função dos diversos acontecimentos mundiais.

- Como assim?

- Estamos numa globalização. Em tudo. Até nos modos de pensar e agir o ser humano está globalizado. Já não pensa por sua própria opinião. Mas em função disto estamos perdendo uma geração. Emprego, desemprego, violência urbana, drogas.

- Geração perdida?

- Sim. Geração perdida intelectualmente.

- Você é um pessimista. Totalmente pessimista.

- Não era. Mas estou ficando.

- Mas o mundo mudou. Deves ter em mente que estamos atravessando novos momentos.

- Não. Não acredito. Mudou em muitas coisas. Claro que sei da evolução do progresso tecnológico. Fico a pensar, será que não é em função disso o meu pessimismo. O pessimismo de muitas pessoas iguais a mim? Fico a pensar: estas novas tecnologias vindas tão rapidamente não estão trazendo um retrocesso no intelecto das pessoas? As pessoas estão mudando. Mudando em tudo. Até no modo de agir.

- E o que fazer?

- Não sei. Estou virando um pessimista em tudo. Um verdadeiro ponto de interrogação

- Ponto de interrogação?

- Chega. Chega de perguntas. Vou parar para pensar. Pensar em tudo. Até nas interrogações

- Até no ponto de interrogação?

- Chega. Chega. Chega...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

VONTADE DE VENCER


VONTADE DE VENCER

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador.

david.ez@terra.com.br  blog: davidiasnogrodski.blogspot.com

Um time.

Um candidato a “qualquer coisa”.

No trabalho.

Todos nós somos desejosos da vitória.

Muitos desejam – e às vezes até conseguem – vencer a qualquer “custo”.

É do ser humano: vencer. Vencer!

Muitos não conseguem. Muitos não conseguem vencer o que desejam...

O maior exemplo é o atleta de futebol.

Inicia na “base” tendo como “foto” principal – Pelé. Depois Ronaldinho Gaúcho. E assim por diante.

Vai passando o tempo e a idade. Consegue ele, muitas vezes, chegar à terceira divisão do campeonato da sua cidade. Muitos amigos dele, nem isso conseguem...

Vem à frustração.

O tempo passou e “ele” fica olhando as fotos dos vitoriosos... Não se dá conta que “ele” também é vitorioso, pois atrás estão alguns outros...

Lastima-se.

E aí? Bola prá frente...

E assim é em tudo.

Assim é em todos os momentos.

Assim é em todas as profissões.

Assim é em tudo... Em tudo mesmo!

O topo da pirâmide é pequeno. Tem poucos lugares...

A base desta pirâmide é enorme. Como ela é grande!

Não podemos, isso sim, é cair numa frustração. Necessitamos é pensar na realidade... Cada um de nós tem uma realidade. Para cada um de nós está traçado um caminho. É a realidade da pirâmide.

Vencer? Como?

Vendo as oportunidades. Não sendo egoísta. Devemos observar as reais oportunidades. Muitas vezes fechamos os olhos e “elas” passam despercebidas. Também isso acontece. Necessitamos ficar atentos a todos e a tudo.

Sou de uma opinião, não sei se estou certo ou se sou um pouco conservador: “Devemos procurar vencer sempre. Nem sempre “achamos” a tal oportunidade. Não podemos esperar pela sorte. Mas já tendo saúde e amigos, já são grandes vitórias. Muitas vezes estas duas premissas e juntas se tornam muito dificultosas. Muitos e muitos nem isso conseguem...”

Vencer?

Necessitamos procurar o progresso.

Necessitamos procurar o melhor rendimento.

Não podemos ser egoístas, mas necessitamos também ajudar “o próximo” a vencer.

Vencer todos os obstáculos. E são muitos durante a nossa existência.

Necessitamos criar.

Necessitamos exercitar.

Necessitamos vencer.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A MARCA É QUE MARCA

“A MARCA  É QUE  MARCA”



David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br



É o título de um dos livros meus.



Título de um dos meus livros em CD ( áudio-book) e que está tendo um bom sucesso entre os ouvintes-leitores. É uma mídia nova – entre nós- brasileiros. Tem 72 minutos de audição.

O porque desse intróito?



Lendo em recentes pesquisas realizadas pela empresa inglesa Millward Brown, nota-se que a marca Google é uma das marcas mais valorizadas do mundo. Valendo atualmente, nada mais nada menos, do que a “bagatela” de 86 bilhões de dólares. Sim 86 bilhões de dólares... Batendo, inclusive, a da Coca Cola, que sempre foi uma das mais valorizadas.



 O que é isso?

É a importância que devemos dar à marca para o nosso negócio.

Vejam bem, a Google iniciou suas operações em 1998, através do resultado de um trabalho de doutorado. Trabalho de “alunos” junto à Universidade Stanford. É um “site” de busca e que hoje é um dos mais procurados do mundo.



Um negócio “relativamente” novo e que já está com sua marca no “topo”.

É a  valorização da marca.



Marca, um dos maiores, senão o maior, ativo de uma empresa.

Prestem sempre a atenção a esse “ativo”.

A “marca é que marca”. Certo?



Bons negócios a todos vocês...





obs: Todos meus livros encontram-se à disposição de todos vocês nas melhores livrarias do ramo e também via Internet.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"A GUIT SHABES"


“ A GUIT SHABES”



David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br
davidiasnogrodski.blogspot.com



Falar idisch.

Cantar em idisch.

Ouvir expressões desse dialeto tão simpático é uma glória.

Admiro quem fala, canta... Eu entendo, falo pouco e canto também um “abessale” ( pouquinho)”

Por que isso?

Pois admiro passar num bairro de integrantes judeus de qualquer lugar do mundo e ouvir, ainda hoje, o “sonido” do vocabulário idisch.

É diferente.

É simpático.

É atraente.

Mesmo para os não descendentes de judeus.

Se vocês tiverem a oportunidade de visitar ou mesmo passar por um bairro onde há predominância de judeus, e estes são de idade um pouco avançada, vão notar o “idishkait” ( os costumes, tradições e linguajar deste dialeto alemão).



Muito interessante será quando você passear por um destes locais citados acima e for num sábado ( shabat – shabes), ouvirão muito a expressão “a guit shabes” – significando “um bom sábado” – um dos dias mais sagrados para o judeu. Esta expressão citada é um cumprimento entre as pessoas, ou hoje mais modernamente se ouve muito “shabat shalom” – expressão em hebraico significando que tenhamos um sábado repleto de paz.

Falei no hebraico, pois com a criação do Estado de Israel, em 1948, houve o ressurgimento do hebraico, pois neste país a língua oficial é o hebraico.

O “idisch” é, ainda hoje, falada por judeus em diferentes países do mundo, principalmente na Europa. Mas o hebraico está ocupando um lugar de destaque, em função de que em muitas escolas judaicas espalhadas pelo mundo não se ensina mais o dialeto do alemão e sim a língua oficial do Estado de Israel.

Mas: “red idisch is azoi git” – falar em idisch é muito bom ou ainda “zingen idisch is azoi git” – cantar em idisch é muito bom. Ouvir “piadas” em idisch é muito interessante. Em muitas ocasiões é até difícil de traduzir, pois o “idisch” é o “idisch”...



Sholem Aleichem – um dos grandes autores judeus, teve quase toda a sua obra retratada em idisch. Foi um autor popular da língua “idisch”. Traduzia como poucos o “idisch”... Sholem Aleichem,  nasceu na Ucrânia em 18 de fevereiro de 1859. Em 1883, após casar com Olga, decidiu escrever em idisch e não em hebraico. Seu nome real era Shalom Rabinowitz, mas o seu pseudônimo era Sholem Aleixhem, cuja tradução do hebraico significa “que a paz esteja convosco”, ou ainda “paz a todos”.

Dizem que ele assinava seus trabalhos com pseudônimo para esconder do pai que deseja muito que o filho escrevesse em hebraico e não em idisch. Escreveu histórias, peças para teatro e muitos poemas.

Em 1905, após um massacre na cidade dele, decidiu emigrar par os Estados Unidos. Lá fixou residência até seu falecimento (em 13 de maio de 1916. Sua imensa popularidade não diminuiu após sua morte, mas podemos dizer que aumentou para além dos aficcionados na língua idisch. Suas obras foram traduzidas para o hebraico, russo e inglês. Suas peças dramáticas e versões de suas histórias foram encenadas nos Estados Unidos, Israel, Rússia, Polônia e muitos outros países de vários continentes.



“Um violinista no telhado” ( “Fiddler on the Roof”) – tão conhecido de muitos – no cinema e no teatro – é um texto de Sholem Aleichem. Mesmo nas versões das diversas línguas onde foi apresentado, há sempre expressões em idisch.

O “idisch” é interessante em tudo, inclusive na “musicalidade” das suas expressões e na ironia de suas expressões.

Na minha opinião “o idisch vive”!!! E viverá sempre.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

CURRÍCULO E OBRAS




 

David Iasnogrodski

@contato





David Iasnogrodski

Pseudônimo:
Dudi

Formação:
Engenharia Civil – UFRGS – 1973
Administração de Empresas – UFRGS – 1979
Administração Pública – UFRGS – 1979


* Professor Universitário na Faculdade São Judas Tadeu de 1980 a 2015
* Professor da ADVB/RS desde 1986, ABRH/RS, CDL/POA
* Palestrante motivacional para o Mundo dos negócios desde 1995

Obras publicadas:
Todas as obras publicadas tem número próprio no ISBN

Obrigado Porto Alegre
- Ed. Imprensa Livre 2000

  • Obra didática sobre as raízes do folclórico Bairro Bom Fim e suas idiossincrasias, com mesclas de fantasia e história, afeto e geografia. Há uma ligação com a própria biografia do autor, desdobrada em circunstâncias que visibilizam o correr do tempo. A leitura se dá como através de um filme, ou de uma peça teatral, em que as cenas prevêem uma continuidade, levando o leitor a ver um aqui-agora com desejos de paz e amor entre os homens.
  • Editora: Imprensa Livre
  • Autor: DAVID IASNOGRODSKI
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2000

  • Meu Bom Fim brasileiro
    - Ed. Imprensa Livre 2002

    Sinopse

    A história, os personagens, as peculiaridades e as transformações do folclórico Bairro Bom Fim, mesclando fantasia, afeto, geografia, realidade e ficção. A leitura se dá como através de um filme, ou de uma peça teatral, em que as cenas prevêem uma continuidade, levando o leitor a ver um aqui-agora com desejos de paz e amor entre os homens. O autor faz crônica ao recuperar as raízes do bairro "judeu" de Porto Alegre, acompanhando a trajetória de uma família judia-ucraniana, projetada num hipotético futuro, e discutindo os problemas do passado e do presente da humanidade.  

    Atendimento 10 – A Fórmula do Sucesso” -

  • O bom atendimento, como mola propulsora de todas as transações, torna-se a fórmula do sucesso do mundo dos negócios. Para isso, é essencial o investimento na "pessoa", tanto quadro funcional quanto clientes, considerada o maior patrimônio de uma empresa. Saiba o que fazer para que esse almejado sucesso seja alcançado, tendo sempre a motivação como grande segredo.
  • Ed. Imprensa Livre 2002 e com o mesmo título em 2010 na modalidade “áudio book” – interpretado pelo próprio autor – Ed. Imprensa Livre

    A Marca é que Marca” -
     Livro CD – Áudio
     interpretado pelo autor – Ed. Imprensa Livre 2005

    A Moderna Relação Marketing e Vendas
    Livro CD – Áudio
    interpretado pelo autor – Ed. Imprensa Livre 2005
    -
    Ed. Imprensa Livre 2005

    Roteiros de Sonhos
     - Ed. Imprensa Livre 2006
    O autor provoca a curiosidade do leitor em conhecer novos lugares, povos, costumes e culturas diferentes. Um mundo novo, desconhecido para muitos, é revelado pelo autor na medida em que a narrativa vai sendo construída, oportunizando ao leitor, por meio do “Roteiro de Sonhos”, a realização de uma viagem inesquecível. A descrição detalhada e minuciosa dos países conduz o leitor à expectativa de vivenciar experiências e aventuras.


    Participações e Premiações
    *Participação em diversas antologias das editoras Literis (Rio de Janeiro) e A . Giraldo (São Paulo), assim como de outras editoras e clubes literários;


    *Participação em diversos concursos literários nacionais e internacionais, sempre com algum destaque;

    *1º Lugar no Concurso Nacional de Crônicas da Casa do Poeta Rio-grandense 2001;

    *1º Lugar no Concurso Nacional Lupicínio Rodrigues da Casa do Poeta Rio-Grandense 2001;

    *Medalha de prata no 1º Concurso Nacional de Prosa da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias – ABEPL – Modalidade Conto 2003 – Rio de Janeiro;

    *1º Lugar 2004 no Concurso Internacional de Crônicas da Editora A . Giraldo – São Paulo;

    *Medalha de Prata no 2º Concurso Nacional de Prosa e Verso da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias; ABEPL – Modalidade Conto 2004 – Rio de Janeiro

    *2º Lugar 2004 no Concurso Internacional de Contos da Editora A . Giraldo – São Paulo;

    *Medalha de Ouro no 3º Concurso Nacional de Literatura, Prosa e Verso 2005 – Modalidade conto da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias – ABEPL – Rio de Janeiro;

    *Medalha de Mérito Acadêmico outorgada pela Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias – Rio de Janeiro – 2005;

    *Menção Honrosa 2007 – Concurso Cidade de Gravatal de Literatura/SC – modalidade Conto, uma promoção da Academia Gravatalense de Letras.
    *2010 – 1º lugar na modalidade de crônicas no XIII Concurso Literário de Poesias, Contos e Crônicas promovido pela ALPAS XXI.
    Colaborador:
    Colaborador Jornal do Comércio de Porto Alegre;
    Colaborador do Jornal Zero Hora
    Colunista do site mmcontabilidade.com.br
    Colunista do site imprensalivre.net
    Colunista do site gramadosite.com
    Colunista do site. GLORINHACOHEN.COM.BR
    Colunista do site Ricardo Orlandini.net
    Colaborador de diversos jornais alternativos de Porto Alegre;
    Integrante da Associação Gaúcha de Escritores – AGES;
    Acadêmico da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias – ABEPL – Rio de Janeiro – Titular da Cadeira 14, cujo patrono é o jornalista Alberto André;
    Cidadão Emérito da cidade de Porto Alegre – Título concedido pela Egrégia Câmara Municipal de Porto Alegre;
    Ex- Diretor do Depto. Esgotos Pluviais da Cidade de Porto Alegre.

    davidiasnogrodski.blogspot.com


    "CLIENTELSHIK"


    “CLIENTELSHIK”

    De Shpola a Porto Alegre.



    David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br

    davidiasnogrodski.blogspot.com



    “Palavrinha” diferente, mas muito conhecida pelos imigrantes de origem judaica que chegaram ao Brasil.

    “Palavrinha” que tem uma mistura de clientela e cliente.

    “Palavrinha” que estes imigrantes idealizaram para poder trabalhar e se comunicar com os “fregueses”. Eram os ambulantes. Eram os mascates. Eram os vendedores. Eram as pessoas que difundiram o crédito entre nós. Eram os freqüentadores das ruas, avenidas. Estavam presentes em todos os bairros com suas mercadorias.



    Shpola é a cidade de onde veio o nosso personagem. Ficava na Rússia. Perto de Kiev.

    ...................................

    Está difícil!

    Muito difícil...

    Língua.

    Clima.

    Mas vou me acostumar. Tenho que me acostumar...

    Sou jovem.

    Vão me ajudar. Vou me ajudar!

    Cheguei agora. Da Rússia. Da cidade de Shpola. Vim de navio. Que viagem...

    Cheguei com meus pais. Tenho 14 anos. Sou “idisch”. Só falo “idisch” e russo.

    Estou recebendo apoio de todos. De todos mesmo...

    Cidade linda. Grande! Muito maior que a minha... Já tenho amigos. Estou gostando dos vizinhos. Estou me acostumando com a comida. É bem diferente... Amanhã começarei a trabalhar. Já estou estudando o português no “idish" shule” (colégio israelita) que fica atrás do “shill” (sinagoga). Ali na Rua Henrique Dias.

    Amanhã vou trabalhar. Estou muito querendo trabalhar! Necessito ajudar em casa. Me ensinaram um trabalho novo. Vou ser um “clientelshik”. Isso é que me disseram... Um “clientelshik”. Me disseram que eu terei que conversar com pessoas. Não vai ser fácil... Mas vou vencer!

    Já comprei uma mala. Já fui no centro e comprei meias, rendas e bordados.

    Me ensinaram que tenho que sair bem “arrumadinho”. Me conseguiram um boné, um terno, gravata, camisa branca juntamente com sapato e meia preta. Estou satisfeito. Amanhã vou trabalhar. Não sei se vai chover ou fazer sol, só sei que amanhã inicio uma nova vida. Que bom!!! Serei um “clientelshik”. Vou bater nas portas e procurar “freguesas”. Esta palavra “freguês” foi uma das primeiras palavras que aprendi no colégio, assim como “muito obrigado”. Estas duas últimas aprendi no navio junto com meus pais e irmãos. “A gente tem que agradecer sempre: deve-se sempre dizer muito obrigado”, disse um “irmão de navio” que sabia algumas palavras nesta nova língua.

    Acordei cedo. Saí à rua.

    Peguei o bonde até o centro e fui para o bairro da Azenha.

    - Meias, rendas, bordados...

    - Meias, rendas, bordados...

    Assim comecei a falar nas ruas e batendo nas portas oferecia as meias, rendas e bordados que tinha na mala para as pessoas que me atendiam nas casas. Na maioria eram mulheres. Na maioria foram corteses comigo. Será que me atendiam bem pois eu era um jovem; ou porque se interessavam pela mercadoria? Não sei. Só sei dizer que cheguei no por do sol em casa muito feliz, dizendo à minha mãe: “Estou trazendo um” guelt” (dinheiro) para nós”. Todos ficaram sorridentes com o resultado do meu primeiro dia de trabalho.

    Assim iniciei minha vida de trabalho como “clientelshik”.

    Assim continuei minha vida de “clientelshik”. Batendo nas portas. Visitando as ruas. Conhecendo a cidade que me acolheu tão bem juntamente com minha família. Sempre sorrindo. Sempre satisfeito.

    Trabalho duro!

    Trabalho com sol!

    Trabalho com chuva!

    Trabalho honrado.

    Encontrando “colegas”.

    Assim casei. Assim criei meus filhos. Queria e consegui que meus filhos fossem “doctors” ( doutores). Não queria que eles continuassem a vida que eu tive...

    Eu, e tantos outros imigrantes, formamos o time dos “clientelshik” – os mascates. Os ambulantes que ambulavam por estas ruas e avenidas oferecendo: “Meias, rendas, bordados”.

    Me orgulho muito de ter sido um “clientelshik” – os criadores do crediário, quando todos tinham “bigode”. O crédito era na confiança dos clientes...

    ..................................................

    Meu pai foi este “clientelshik” acima relatado.

    Muito andei com ele. Muito ajudei, na medida do possível... Muito conheci esta “minha” cidade graças aos ensinamentos dele.

    Me orgulho, assim como meu irmão e minha mãe, do “clientelshik” Moshke (Mauricio) e de todos os demais integrantes deste grande time de “clientelshik” da cidade de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil.

    Que lindo!

    O termo e a profissão.

    Honrados.

    Honestos.

    Conhecedores da sua cidade e reconhecidos à cidade e à população que deu acolhida.

    De Shpola a Porto Alegre...

    "AS DUAS MARIAS DO BONFA"...


    “ AS DUAS MARIAS DO BONFA”...

    (do velho “Bonfa”)



    David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br

    davidiasnogrodski.blogspot.com



    Velho Bonfa...

    Do Serafim. Do Bar João. Do Baltimore. Da Casa Santa Catharina. Do Bazar Carioca e das corridas de automóveis. Velho Bonfa...

    No velho Bonfa e u conheci as duas Marias, As Marias do Bonfa.

    Não eram loiras e nem morenas.

    Mas eram muito simpáticas.

    Atraentes...

    Existiam outras, mas estas eram muito vistosas. Muitos gostavam delas...

    Muito visitadas.

    Eram as Marias do Bonfa. Do Bairro Bom Fim de Porto Alegre.

    Ficavam perto. Uma da outra. Muito perto... Talvez a menos de 100 metros.

    Bem iluminadas.

    Muito conhecidas. Até por integrantes de outros bairros.

    Mais uma vez eu digo: muito procuradas.

    Eram apreciadas até dentro dos bondes.

    Muito atenciosas.

    Sempre tinham o que os clientes desejavam. Em todas as épocas do ano. Com frio, com calor. Com sol ou com chuva.

    Quem eram elas?

    Vocês devem estar curiosos... Não é verdade?

    Se elas ainda existem? Não. Não mais existem. As duas...

    - Infelizmente! Exclamam muitos, até hoje...

    Quem são elas, ou melhor, que eram elas?

    Onde viviam?

    - No velho Bonfa...

    - Mas onde?

    Bem, vamos “às dicas” de nossa gincana: uma situava-se no final da Avenida Oswaldo Aranha. A outra se situava no início da Avenida Protásio Alves.

    A da Oswaldo Aranha ficava defronte da Avenida Venâncio Aires. A do início da Protásio Alves ficava quase na esquina com a Rua Ramiro Barcelos.

    Ainda não identificaram? Nem com o GPS?

    Ainda não identificaram quem eram as duas Marias do Bonfa?

    Está parecendo filme do “velho” Hitckok.

    Bem, vou decifrar o enigma.

    - Maestro: música para decifrar o “grande” enigma...

    Tam tam tam...

    Bazar Maria e a Casa Maria.

    Sim, Bazar Maria e Casa Maria.

    Bazar Maria – o grande bazar do Bom Fim. O Bazar das listas de noivas. O Bazar dos lustres.

    Casa Maria, também conhecida com o slogan: “Casa Maria – a nossa sapataria”. Sempre vendendo sapatos para homens, mulheres e crianças.

    Os dois “negócios” com atendimento impecável. Atendidos pelos proprietários e exímios atendentes.

    - “ O olhar do dono é fundamental”, comentavam sempre os proprietários. Não eram os mesmos, mas tinham um grau de parentesco.

    Essa regra, do olhar do dono, sempre, e até hoje, é fundamental para o sucesso junto ao “mundo dos negócios”.As duas Marias do Bonfa!

    Não estão mais entre nós, mas continuarão fazendo parte da história e do folclore do Bairro Bom Fim.

    Bairro esse, que sempre terá uma história a nos contar.

    Um fato a nos ensinar.

    Um exemplo a nos fornecer.
    Como esse: As duas Marias do Bonfa...