quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"A GUIT SHABES"


“ A GUIT SHABES”



David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br
davidiasnogrodski.blogspot.com



Falar idisch.

Cantar em idisch.

Ouvir expressões desse dialeto tão simpático é uma glória.

Admiro quem fala, canta... Eu entendo, falo pouco e canto também um “abessale” ( pouquinho)”

Por que isso?

Pois admiro passar num bairro de integrantes judeus de qualquer lugar do mundo e ouvir, ainda hoje, o “sonido” do vocabulário idisch.

É diferente.

É simpático.

É atraente.

Mesmo para os não descendentes de judeus.

Se vocês tiverem a oportunidade de visitar ou mesmo passar por um bairro onde há predominância de judeus, e estes são de idade um pouco avançada, vão notar o “idishkait” ( os costumes, tradições e linguajar deste dialeto alemão).



Muito interessante será quando você passear por um destes locais citados acima e for num sábado ( shabat – shabes), ouvirão muito a expressão “a guit shabes” – significando “um bom sábado” – um dos dias mais sagrados para o judeu. Esta expressão citada é um cumprimento entre as pessoas, ou hoje mais modernamente se ouve muito “shabat shalom” – expressão em hebraico significando que tenhamos um sábado repleto de paz.

Falei no hebraico, pois com a criação do Estado de Israel, em 1948, houve o ressurgimento do hebraico, pois neste país a língua oficial é o hebraico.

O “idisch” é, ainda hoje, falada por judeus em diferentes países do mundo, principalmente na Europa. Mas o hebraico está ocupando um lugar de destaque, em função de que em muitas escolas judaicas espalhadas pelo mundo não se ensina mais o dialeto do alemão e sim a língua oficial do Estado de Israel.

Mas: “red idisch is azoi git” – falar em idisch é muito bom ou ainda “zingen idisch is azoi git” – cantar em idisch é muito bom. Ouvir “piadas” em idisch é muito interessante. Em muitas ocasiões é até difícil de traduzir, pois o “idisch” é o “idisch”...



Sholem Aleichem – um dos grandes autores judeus, teve quase toda a sua obra retratada em idisch. Foi um autor popular da língua “idisch”. Traduzia como poucos o “idisch”... Sholem Aleichem,  nasceu na Ucrânia em 18 de fevereiro de 1859. Em 1883, após casar com Olga, decidiu escrever em idisch e não em hebraico. Seu nome real era Shalom Rabinowitz, mas o seu pseudônimo era Sholem Aleixhem, cuja tradução do hebraico significa “que a paz esteja convosco”, ou ainda “paz a todos”.

Dizem que ele assinava seus trabalhos com pseudônimo para esconder do pai que deseja muito que o filho escrevesse em hebraico e não em idisch. Escreveu histórias, peças para teatro e muitos poemas.

Em 1905, após um massacre na cidade dele, decidiu emigrar par os Estados Unidos. Lá fixou residência até seu falecimento (em 13 de maio de 1916. Sua imensa popularidade não diminuiu após sua morte, mas podemos dizer que aumentou para além dos aficcionados na língua idisch. Suas obras foram traduzidas para o hebraico, russo e inglês. Suas peças dramáticas e versões de suas histórias foram encenadas nos Estados Unidos, Israel, Rússia, Polônia e muitos outros países de vários continentes.



“Um violinista no telhado” ( “Fiddler on the Roof”) – tão conhecido de muitos – no cinema e no teatro – é um texto de Sholem Aleichem. Mesmo nas versões das diversas línguas onde foi apresentado, há sempre expressões em idisch.

O “idisch” é interessante em tudo, inclusive na “musicalidade” das suas expressões e na ironia de suas expressões.

Na minha opinião “o idisch vive”!!! E viverá sempre.

2 comentários:

  1. e vive mesmo! Aqui em casa ele está vivo na minha coleção de músicas (CDs, vinil...). pra não esquecer, já que não tenho mais com quem conversar em Idish, gostou de ouvir música e ver videos no Youtube...
    Abraço, Israel

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  2. Mit fargenign hob iech deim komentar adoch gelaint; zeye git gueshrib.

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