quarta-feira, 4 de abril de 2012

MA NISHTANÁ...

MA NISHTANÁ...


"Feliz Pessach a todos vocês"


David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br



Blog: www.davidiasnogrodski.blogspot.com



- Crianças, amanhã à noite estaremos comemorando o tão esperado Pessach.

- Como passa rápido o ano, diz Rafael. Parece que foi ontem que realizamos o Seder de Pessach.

- É verdade. Mas amanhã à noite – 6 de abril – estaremos todos comemorando Pessach, de acordo com a tradição judaica. Vamos ter muitos convidados. A mãe de vocês e eu realizamos alguns convites, e todos aceitaram. vocês terão que colaborar na organização do jantar.

- Como todos os anos, vocês convidam gente que não pertencem à nossa família, diz Izabel. isso é legal, pois a gente conhece outras pessoas e eles ficam também nos conhecendo.

- É verdade! A gente sempre procura trazer amigos, para que todos nós possamos juntos comemorar Pessach. Bem, mas agora vamos aos preparativos...

- Legal! – diz Rafael

- Pai, vou te dizer uma coisa. No colégio, outros pais também convidam amigos para o jantar de Pessach, comenta Izabel.



Pessach – a festa da Páscoa judaica é comemorada em oito dias, quando for fora do Estado de Israel. Lá é em sete dias. Neste ano de 2012, inicia-se na noite de 6 de abril com a realização do primeiro Seder.

O Seder – que literalmente significa ordem – refere-se ao jantar comemorativo da festa de Pessach, em que é recordado a história do Êxodo e a libertação do povo de Israel quando estava escravizado no Egito. Quando fora de Israel estes jantares são realizados nas duas primeiras noites. Em Israel é somente na primeira noite.

No mundo inteiro, as famílias judaicas se reúnem para contarem e relembrarem as agruras do tempo da escravidão. Sempre junto aos filhos, para que esses ouçam e aprendam o valor da liberdade de hoje. Também é sempre procurado mostrar a amigos a celebração de Pessach. Nestes jantares é comido um pão ázimo (sem fermento) denominado de matzá, Esse alimento simboliza o êxodo dos hebreus que na pressa de deixar o Egito, não podiam esperar que o pão fermentasse. O livro que é acompanhado toda a celebração é denominado de Hagadá.



No Seder de Pessach, são as crianças que conduzem a Festa. Cabe a elas abrir a porta para a visita do Profeta Elias que, segundo a tradição, visita todos os lares nesta noite para trazer suas bênçãos.



Quando Jesus – que era judeu – e seus discípulos se reuniram para a Ceia, antes de sua prisão e morte, eles estavam celebrando o Seder de Pessach. O pão que naquela noite foi repartido era o pão ázimo, denominado de matzá.



Pessach é também uma festa agrícola, já que marca o início do período de colheita na Terra de Israel.



- Gente, já está quase na hora de recepcionarmos nossos convidados

- Sim, mamãe, responde Rafael.



E assim acontece.

Todos sentados à mesa.

Inicia-se o Seder.

O ponto alto deste jantar é quando as crianças cantam, fazendo as milenares perguntas: “ Ma nishtaná halaila hazê micol haleilot?” – Porque esta noite é diferente de todas as outras noites?



E continuando:

“Em que difere esta noite de todas as outras noites? Em todas as noites não mergulham alimentos sequer uma vez, e nesta duas vezes. Porque em todas as noites comemos chametz ou matzá e nesta somente matzá? Porque, em todas as noites comemos verduras e nesta noite somente ervas amargas? Porque em todas as noites comemos sentados ou reclinados e nesta noite todos nós reclinamos?”



- Rafael, você fez as perguntas e eu respondo: tudo isso é em função de podermos lembrar o sofrimento na época da escravidão dos judeus no Egito.



Todos alegres jantam e dizem sempre: “Escravidão jamais – Liberdade sempre!”



Em suma: Comemorar Pessach é expressar o amor à liberdade. É o amor que fortalece a vitória sobre a tirania.

Comemorar Pessach é uma tradição que acompanha os judeus, segundo a história, a mais ou menos 3500 anos.

Após a saída dos convidados:



- Pai, como estava bom o nosso Seder.

- No próximo ano, se Deus quiser, estaremos todos reunidos para comemorar, relembrar e fortalecer a idéia de que escravidão nunca mais, em lugar nenhum...



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