quarta-feira, 27 de março de 2013

DESABAFO





DESABAFO

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com..br


 

Trancado.

Trancado. Não sai nada.

(Não é o que vocês estão pensando... he,he,he)

Tenho vontade de me comunicar com vocês, mas estou trancado.

Estou lendo muito. Dizem que antes de escrever algo devemos ler muito. E é o que eu estou realizando.

Mas não estou conseguindo escrever.

Porque?

Pergunto a mim mesmo.

Indago a vocês.

E a resposta não vem.

Estou à procura desta resposta.

E vocês me respondendo: “Estás escrevendo... Se você está nos perguntando é porque você está escrevendo...”.

Vocês têm razão.

Será que é isso que eu gostaria de escrever?

Na realidade é um pedido. É uma ajuda.

Necessitamos sempre nos ajudar. Em todos os momentos.

Fiquei sabendo que um colega está passando por maus momentos.

Momentos difíceis..

E o que fazer?

Ajudar a família.

Ajudar o colega.

E eu trancado.

Será que é esse tormento que está me afligindo?

Pode ser.

Estou muito chocado com este fato que relatei a vocês.. Com esta notícia.

Nunca se sabe o que poderá acontecer no próximo segundo.

Voltando ao colega. Já está em sua residência. A família totalmente abalada. E nós os colegas a perguntar; “o que podemos fazer?”

Ajudar no que for possível.

E o que é esse “possível”?

Também não sei.

É um abalo geral. E pode acontecer com qualquer um de nós – ser humano.

E continuo trancado

Porque contar estes dramas a vocês/

Já sei. Acredito que muitos de vocês já passaram por momentos semelhantes.

E o que fizeram?

Também já sei.

Ajudaram dentro das possibilidades. É o que nos resta. Mas é um drama. Um drama que muitos leitores já devem ter passado e/ou ultrapassado.

Procuraram falar com outros e formaram uma rede de ajuda. Rede de solidariedade. Igual às redes atuais. Tão comum junto aos computadores. Redes digitais.

Só que essas redes não são tão novas.

Surgiram dos tempos de “antanho”.

Surgiram na época das grandes vizinhanças entre as pessoas aonde a “vizinha” mais próxima vinha na madrugada aplicar injeção na criança que estava ardendo em febre. Tudo na vizinhança. Tudo ao lado das nossas casas.

Estou trancado.

Mas agora nem tanto.

Já consegui falar a vocês do ontem e do hoje.  Já estou escrevendo...

E do amanhã?

Só nas redes do computador?

Acredito que sim.

Hoje só nos resta olhar a rua. Olhar a rua e a chuva através das grades. Iguais as “deles”. Só que “eles” fizeram algo não muito correto.

E nós?

Nós não realizamos nada. Nada de errado e estamos observando tudo através das grades.

Só esperamos que “eles” não cheguem aqui. “Eles” não vem nunca para nos ajudar. “Eles” vêm para nos perturbar e talvez com a saída deles correndo possa nos atrapalhar a visão da rua.. Talvez até nem possamos ver mais a chuva. Talvez até não possamos ver mais nada.

Estou trancado.

Não tanto...

Delculpem-me pelo desabafo.

 

 

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