segunda-feira, 22 de outubro de 2012

QUE RUA!



QUE RUA!

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br


"Rua da Praia" hoje
 

Acordo cedo.

Fico a pensar: “Vou hoje passear pelo tempo. Vou passear pelo hoje e pelo ontem de minha cidade”

"Rua da Praia" ontem
"Rua da Praia" de sempre...
Caminhando  e cantando...

Caminhando e cantando por uma rua.

Caminhando, cantando, pensando num poeta que retratou bem a “sua” amada rua de Porto Alegre.

Caminhando, cantando, pensando, assobiando junto a uma rua que se tornou quase um símbolo para a capital de todos os gaúchos.

Caminhando, cantando, pensando, assobiando e observando o ontem e o hoje da rua em que o poeta Mario Quintana escolheu para morar e nos mostrou suas belezas através das “suas” letras.
Homenagem a Mario Quintana junto a Carlos Drummond de Andrade na Praça da Alfândega - "Rua da Praia'

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
É a rua da Praia.

 

Existe desde a fundação da cidade, sendo aquela que corria exatamente à margem do Guaíba (lago ou rio?) defronte ao antigo porto de Viamão, onde primeiro se estabeleceu uma colônia de povoamento na área da futura Porto Alegre. Nesta rua foi fundada a primeira igreja da cidade, a hoje desaparecida Capela de São Francisco das Chagas. Em sua extremidade oeste foram desde cedo erguidos os arsenais da Marinha e os Armazéns Reais, numa época em que as casas da rua ainda eram cobertas por palha.

 

Rua da Praia que não tem praia.

Um verdadeiro centro de compras ao ar livre.

 

Rua da Praia da antiga Loja da Fábrica de chocolates Neugebauer e suas deliciosas tortas assim como da loja dos chocolates Kopenhagen.

Rua da Praia da Casa Masson e seu “grande” relógio, sempre com a “hora certa”.

Rua da Praia das  lojas Krahe e Sloper.

Rua da Praia do café Rihan e das conversas a respeito de todas as novidades...

Rua da Praia do tradicional cachorro quente da Confeitaria Matheus.

Rua da Praia de vários museus: do Exército, da Comunicação, do Trabalho.

Rua da Praia dos cinemas Cacique, Imperial, Guarany, Ópera e Central.

Rua da Praia das meninas bonitas dos finais de tarde.

Rua da Praia e seus quartéis com uma exuberante arquitetura.

Rua da Praia da Praia da Galeria Chaves – o primeiro “shopping” da cidade.

Rua da Praia da Livraria do Globo e seu “leitor” Érico Veríssimo.

Rua da praia do Edifício Santa Cruz – o mais alto da cidade e construído com estrutura metálica.

Rua da Praia da Igreja das Dores e sua escadaria – um dos pontos turísticos da cidade.

Rua da Praia das suas esquinas, folhas caídas, paralepipedos inigualáveis e dos ambulantes “fixos”.

Rua da Praia da Praça da Alfândega e sua calçada de “pedrinhas portuguesas” onde é realizada a tradicional Feira do Livro – um dos maiores eventos culturais ao ar livre do mundo. Neste local antigamente se concentravam os comerciantes, já que ali existia o cais de desembarque, e recebeu seu primeiro calçamento em 1799, por ordem do ouvidor Lourenço José Vieira Souto.

Rua da Praia onde se encontra o moderno com o antigo.

 

O verdadeiro mapa da capital dos gaúchos, inicia com a Rua da Praia.

Rua do comércio. Rua de todos. Rua do poeta Mario Quintana.

O hotel onde ele residia –Hotel Majestic – hoje é a Casa de Cultura Mario Quintana. Prédio de uma arquitetura espetacular.

 

Tudo na Rua da Praia, cujo verdadeiro nome desde 17 de agosto de 1865 é Rua dos Andradas.

 

Rua da Praia – sempre assim é conhecida – foi e sempre será uma rua de todos. De dia ou de noite. Por ser o local preferencial para reuniões populares a Rua da Praia testemunhou eventos violentos como em 1890, 1915, 1923 e 1954, quando manifestações de cunho político resultaram em diversas mortes. Sua vocação agregadora se mantém até hoje, e o cruzamento da Rua da Praia com a Avenida Borges de Medeiros é conhecido como a Esquina Democrática, ponto consagrado de concentrações populares de variada natureza.

 

Rua da Praia que não tem praia...

Que rua!

Que passeio....

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