segunda-feira, 12 de agosto de 2013

5774 - "SHANÁ TOVÁ"




5774 – “SHANÁ TOVÁ”

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br


Estamos no mês de Elul
 

Pelo calendário hebraico, estamos no mês de Elul – décimo segundo mês do ano civil judaico. Elul geralmente cai em agosto-setembro no calendário gregoriano.

Elul é um mês muito especial dentro do calendário hebraico. Como último mês do ano vai significar que está sendo concluído um círculo velho e todos estão se preparando para iniciar um novo círculo. É tempo de chegarmos mais perto de Deus. É um tempo de arrependimento na preparação para as Grandes Festas dentro do judaísmo que são Rosh Hashaná e Yom Kipur.

 

Em poucas linhas podemos dizer que segundo o calendário judaico, a partir da chegada da primeira estrela do dia 4 de setembro de 2013 inicia-se o ano de 5774 – para os judeus. É comemorado em dois dias – 5 e 6 de setembro. Ao invés de brindar com espumantes e pular sete ondas, é costume dos judeus se focar na introspecção e na reflexão. O Ano Novo judaico é denominado de Rosh Hashaná ( cabeça do ano), dia em que Deus criou o mundo.

 

Os serviços litúrgicos iniciam-se nos primeiros horários da manhã e vão até a tarde. É utilizado um livro de orações especial, denominado de Machzor.

 

 Rosh Hashaná” é também denominado de “Yom Hazicaron” (Dia da Memória), quando todas as criaturas são julgadas pelo Criador de acordo com seus méritos.

 

Desde a chegada do novo ano até o Dia do Perdão – “Yom Kipur” – neste ano de 2013 inicia no entardecer de 13 de setembro com a reza intitulada Kol Nidrei, e durante todo o dia 14 de setembro são denominados de dias temíveis –“Iamim Noraim”. Estes dias são considerados de ampla penitência e de grandes orações.

 

 Nas orações, a Paz Universal (Shalom na língua hebraica) faz parte integrante do ritual litúrgico. É um tempo de grandes reflexões a respeito dos erros cometidos, e de decidir perante Deus não repetí-los no próximo ano.

 

Os pais fazem questão de levar as crianças nas sinagogas para que os mesmos aprendam as tradições judaicas. Normalmente, há traduções do hebraico para o português das orações para aqueles que não são muito familiarizados com o hebraico.

 

Nestas comemorações do ano novo (Rosh Hashaná) e do Dia do Perdão (Yom Kipur) soa o toque do “shofar” ( instrumento confeccionado com o chifre de um carneiro), que possui o seguinte significado: “os adormecidos devem despertar e questionar suas ações e arrependimentos” – Maimônides. O shofar é tocado enquanto são realizadas as orações. Existem maneiras específicas de tocar o shofar, normalmente guiados pelo rabino ou guia espirtual. O som do shofar é como de uma trombeta. Serve para agitar a alma de todos os judeus. Serve para acordar o povo judaico para a onipresença de Deus. Serve para receber a piedade divina através da oração e do arrependimento. O “shofar” soa como um alarme, que chama à reflexão e à consciência adormecida. Este “shofar” não é um instrumento musical, não é usado por prazer ou divertimento. Tem um sentido mais profundo como frisei anteriormente: é um chamado para o arrependimento. “Rosh Hashaná” também é denominado de “Yom Teruá” ( Dia do oque), em função de que é obrigação de cada judeu ouvir o “shofar”

 

Nos jantares de Rosh Hashaná, onde é reunido a  família e amigos da família, para expressar a importância da ocasião, é costume arrumar a mesa do jantar com linho e louças novas. É costume, durante o jantar, mergulhar maçãs no mel, desejando assim “um ano novo e doce”. Também é costume convidar amigos não integrantes da comunidade judaica para que juntos possam compartilhar destes momentos de tradição.

 


O cumprimento mais tradicional entre as pessoas, para estas solenidades, é “Shaná Tová” – significando literalmente Bom Ano, e é o que desejo a todos vocês. Shaná Tová!

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