terça-feira, 9 de dezembro de 2014

"VELHO" CHALIL



“VELHO” CHALIL


David Iasnogrodski 
– escritor, engenheiro, administrador – 
david.ez@terra.com.br
www.davidiasnogrodski.blogspot.com 

Algo me vem na memória.
É bom recordar?
Acredito que sim.
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Meu tempo de estudante.
Estudante do curso científico.
Colégio Júlio de Castilhos.
Porto Alegre.
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Pertencia a um grupo de estudantes da comunidade judaica.
Fui convidado juntamente com outro amigo a representar o Brasil num acampamento destes jovens na Argentina.
Mais precisamente na cidade de Necochea.
Não muito distante de Mar Del Plata.
Lá fui eu.
Minha primeira viagem internacional.
Ia ser uma longa viagem...
Saímos à noite, de ônibus, de Porto Alegre com um transporte combinado até Jaguarão.
Atravessamos a fronteira.
Estávamos em Rio Branco, já em território uruguaio.
De Rio Branco fomos até Montevideo em carro motor (um mini trem de um só vagão) à semelhança que tinha em Porto Alegre aonde se ia até o Vale dos Sinos, saindo nas cercanias do Mercado Público.
Chegando à capital do Uruguai dormimos na casa de um amigo e partimos no outro dia de ônibus até a fronteira com a Argentina. Dali, de barco cujo nome era Nicolas Mehanowicz chegamos ao Porto de Buenos Aires – Av. Brasil. Vejam só: Av. Brasil...
Necochea hoje
Em Buenos Aires passamos a noite na casa de outro amigo e na manhã seguinte seguimos de ônibus até Necochea.
Linda praia.
Cheguei meio assustado e muito cansado.
Assustado com a língua.
Com o número de pessoas.
 De toda a América do Sul tinha representantes.

Todos falando espanhol
Nós português.
E assim foi o início da minha primeira viagem internacional.
 Foi muito legal!
Fui bem recebido.
E começamos nosso “acampamento”.
Dormíamos e realizávamos todas nossas tarefas em cabanas.
Muito interessante!
Sempre fui ligado à música.
Lá aprendi bastante.
Ensinaram-me muito.
Também recebi um presente.
Um “chalil”
 “Chalil” é uma flauta doce.
Um “chalil” feito em Israel da marca Zamir.
Um “chalil” marrom.
De madeira.
Comecei a aprender tocar o instrumento.
Som magnífico.
Ensinaram-me um pouco e o restante tive que aprender sozinho.
Um grupo de argentinos é que me presentearam.
Não sabia como agradecer.
O tempo foi passando.
Eu gostando do acampamento.
Do aprendizado.
Das amizades e do meu “chalil”.
A volta foi de trem até Buenos Aires. Trem “Maria fumaça”.
Barco até a fronteira com o Uruguai.
Ônibus até Montevideo.
Carro motor até Jaguarão.
Atravessar a fronteira com o Brasil estando em Jaguarão.
E finalmente ônibus até Porto Alegre.
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Que experiência!
Espetacular.
Grandes recordações.
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Contando hoje, ninguém acredita que isso possa ter acontecido.
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Tudo foi interessante.
O presente do “chalil” foi magnífico.
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Participei de um grupo de música.
De música judaica.
Viajamos e nos apresentamos em muitos lugares.
O “chalil” estava sempre presente comigo.
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O tempo passou.
Casei.
Tenho um filho
Num acampamento de famílias doei ao meu filho o “chalil”
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Muito legal!
Ele tem guardado o presente.
E eu com saudade.
Do tempo!
Das músicas.

De tudo!

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