quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LEITURA!




LEITURA!

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br
 
Lendo.
Relendo.
Chego a uma conclusão: nada melhor do que uma boa leitura.
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Numa manhã.
Cedo! Muito cedo!
Estou caminhando.
Dirigindo-me à garagem.
Minha garagem não é no prédio.
São problemas de apartamento de prédio antigo.
Térreo! Sem garagem. Edifício muito antigo.
Térreo? Sim, térreo. Não tenho elevador. Preparando-me para o futuro...
Continuo a caminhar.
Encontro um morador de rua.
Deitado na calçada. Problemas da sociedade moderna...
Com seu cobertor.
Papelão e um colchonete.
Também estava acordando.
Cumprimenta-me. Faz isso todos os dias.
Ao lado seu “fiel escudeiro” – seu cão.
E com ele um livro.
Sim, um livro.
- Bom dia. Estou lendo seu livro. Um vizinho seu me emprestou. Estou gostando da história. Também gostaria de ser escritor. Ler é legal! Desde cedo aprendi a ler. Acredito até que sei ler melhor do que “fazer as contas”. Nunca gostei de matemática. Estou lhe atrapalhando? Sei que o senhor todos os dias passa por aqui nesta hora. Deve ir para o trabalho...
-Não se incomode. Estou gostando muito de conversar com o senhor.
- O senhor diz isto pois estou lendo seu livro...
- Claro que não! Todos deveriam ler e gostar de leituras como o senhor. Ler é o melhor exercício. Ler é tudo!
- Eu também acho. Só que gostaria de ler mais, mas não tenho casa. Não tenho biblioteca para guardar os livros e não tenho dinheiro para comprar livros... O Senhor daria de presente para mim outros livros seus?
- Claro. Amanhã neste mesmo horário passarei por aqui e te darei autografado meus livros.
- Desde já fica meu agradecimento eterno.
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Continuei a caminhar.
Cheguei na garagem.
Peguei o carro.
Fiquei a pensar: Uns podem ler e não exercitam. Outros querem ler e não podem se exercitar.
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No outro dia passei pelo mesmo caminho.
E ele não estava ali.
Fui informado por outros transeuntes que não sabiam seu paradeiro.
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Outros dias se passaram e não o encontrei.
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Fiquei a pensar: onde estará aquele “meu” leitor?
Em algum abrigo?
Ou em outro lugar....
Não sei.
O que ficou é o seu pensamento em leitura...
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Uns podem ler...
Outros querem ler...


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