quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O POETA DAS COISAS SIMPLES



O poeta das coisas simples

MARIO QUINTANA




David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador david.ez@terra.com.br






Rua da Praia que não tem praia

Tem gente! Muita gente...



Tem a praça da Alfândega
Tem as pedrinhas portuguesas

Tinha até cinemas. E muitos cinemas
Tinha o Café Rihan.

Tem a Feira do Livro. Na Praça da Alfândega...Nesta praça.



Nesta rua a alguns anos atrás, numa manhã outonal de sábado vi passar um senhor simples

De cabelos brancos

Fumando um cigarro – parecendo que estava acompanhado de um “grande” amigo

E era o “seu” cigarro...De óculos cuja armação era escura

Era ele. Disse-me um transeunte, também simples

O “poeta das coisas simples”

Mario Quintana!



Neste 2012. Neste julho de 2012. Neste 30 de julho de 2012 completaria 106 anos. Aquele senhor. Aquele poeta que o vi passar. Não falei com ele. Não me conhecia. Mas fiquei a pensar até hoje: ele é o Mário Quintana. Aquele que disse em certa ocasião: “ Se alguém acha que está escrevendo muito bem, desconfia...O crime perfeito não deixa vestígios”.



Mário Quintana do “velho” Correio do Povo e o caderno H

Mário Quintana e sua “briga” com a Academia Brasileira de Letras

Mário Quintana do Alegrete

Mário Quintana adorado por Manuel Bandeira, Carlos Drumonnd de Andrade, Vinicius de Moraes, Cecília Meirelles e João Cabral de Melo Neto

Mário Quintana disse no seu Poeminha do Contra:

“Todos esses aí estão/atravancando meu caminho,/eles passarão.../eu passarinho...”



Quintana, o nosso Mário, durante a revolução de 1930, liderada pelo gaúcho Getúlio Vargas, entusiasmado foi para o Rio de Janeiro como voluntário do Sétimo batalhão de caçadores de Porto Alegre. Seis meses depois regressou para a sua capital Porto Alegre. A Porto Alegre do hotel Majestic. Situado na Rua da Praia. Sua morada



Inicia-se aí a fase das traduções dos clássicos franceses e ingleses para a Editora Globo

Balzac, Proust, Voltaire, Virgínia Wolff, Charles Morgan e Moupassant tiveram suas primeiras versões no Brasil pelas mãos do nosso poeta maior: Mário de Miranda Quintana

Deixou de lado o Miranda ficando somente Mário Quintana

Tantos anos sem sua presença física, mas sempre com sua cultura e sua obra

Disse Quintana: “ um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele!”

Mário Quintana, sempre presente entre nós!

Tchau!

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Neste 30 de julho de 2012 perdi  a minha mãe – Anita Iasnogrodski - que no último 14 de julho de 2012 completou 93 anos.

Foi ao encontro do seu companheiro de 66 anos – Mauricio Iasnogrodski – meu pai , que faleceu em 16 de fevereiro de 2012 com 97 anos e que completaria 98 anos no dia 15 de março.

São as coisas...

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“Todos esses aí estão/atravancando meu caminho,/eles passarão.../eu passarinho...”

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