sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Matemática da Vida




Matemática da Vida

David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador
david.ez@terra.com.br      blog: davidiasnogrodski.blogspot.com



Festa no “apê”

Exatamente como diz a letra da música: É festa no “apê”. Alegria! Alegria! Alegria!

Por que?

Porque nascemos

Inicia aí a nossa matemática. A matemática da vida!

Até os dez anos, tudo é festa. Bolinho. Brigadeiro. Cachorro quente e o Parabéns a você nesta data querida...



Logo em seguida já se pensa um pouco mais antes das comemorações

Vem os vinte

Chi! Estou ficando velho!

Que nada! Agora é que ficará bom. Maioridade. Mais liberdade... Formatura

Formatura?

Sim. Aos 21 irás receber o tão ambicionado “canudo”...



Ou seja, vou virar um problema social... Antes estagiário. Cheio de vagas. Exploração nos horários a cumprir e pouquíssimo “pila” no bolso. Agora “canudo” na mão. Sem emprego e também nada de “pila”... é a vida.



Segue a matemática

Chegamos nos “inta”

Não entendeste o que é “inta”?

Não!

Trinta. Três dezenas. Que coisa! Já se passaram trinta “aninhos” desde aquele dia do meu nascimento.



É verdade!

E vamos adiante. Sempre se diz que “a vida começa nos quarenta”. Ou seja, nos “enta”

O dito aí em cima hoje em dia não é uma verdade absoluta, em face de que a nossa longevidade está maior. Estamos vivendo mais... Mas chegar nos quarenta já é princípio do aparecimento de fios de cabelo com cor “diferente”. Diferente do original... Não é uma realidade?

Sim. Realmente os fios estão aí... é o início da procura pelas farmácias e suas tradicionais “caixinhas” coloridas onde aparecem fotos felizes de pessoas com seus cabelos “originais”.



E depois?

Bem, cinqüenta! Também “enta”. Cinqüenta? Meio século?

É. Meio século está nos separando da festa do ”apê”. Parece que foi ontem

E agora? Agora, são os “enta” com seis na frente... Sessenta. Um número mágico.



Porque?

Já iniciamos a pensar quantos nos deixaram. Lemos mais cotidianamente os necrológicos. Muitos chegam nessa idade aposentados ou prestes a iniciar esta nova jornada. É a procura do fazer alguma coisa a mais, sem ser um a mais na casa. Aposentado mas não inativo...

São os sessenta!



E assim corre a vida. Setenta, oitenta, noventa, sempre “enta”. E que “enta”...

A matemática da vida segundo o Rabino Henry Sobel “não é simples. Cada soma é também uma subtração. Quando somamos mais um ano àqueles que já vivemos, subtraímos um ano daqueles que nos restam para viver. Então a felicidade vem acompanhada da melancólica percepção de que o tempo voa e a vida passa”.

Sempre os religiosos tem um recado a nos dar. Um conselho para seguirmos a nossa trilha.



Os “enta” nos dão muitas satisfações e não só pensamentos do passado ou negativismos. Com os “enta”, normalmente vem os netos, e com eles voltamos à nossa paciência. A paciência dos “inta” pois lá tivemos nossos filhos...

Isso é a vida

É a matemática da vida;



Estou nos “enta”. Estou tranqüilo. Será verdade essa minha afirmação? Creio que sim. Prova maior que estou aqui. Escrevendo “nestas mal traçadas linhas”. Colocando meu pensamento em dia. Estou colocando meu pensamento à discussão de vocês. Acredito sempre que algumas das coisas boas que me aconteceram foram: família e poder colocar meu pensamento através de palavras junto a vocês.



Isso faz esquecer um pouco a matemática da vida. Matemática esta que é uma realidade. É uma trilha onde todos nós iremos passar...

Li certa ocasião que: “Nós todos esperamos para realizar o que necessita ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem garantia do amanhã enquanto estamos a todo momento a nos lamentar que a vida é curta”.



E ela é curta! Curtíssima... Precisamos aproveitar cada momento!

Estamos sempre agindo como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.



“Inta”, “enta” – tudo. Até os iniciantes. Aqueles do Parabéns a você...
Tudo faz parte da matemática da vida

Da nossa vida!

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