segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TEMPOS MODERNOS

TEMPOS MODERNOS



David Iasnogrodski – escritor, engenheiro, administrador – david.ez@terra.com.br

Blog: davidiasnogrodski.blogspot.com



Não vou escrever a respeito do imortal filme de Charles Chaplin.

Não vou escrever a respeito da novela da Globo, onde um dos principais intérpretes era Antonio Fagundes.



Vou, isso sim, é parafrasear o André Damasceno e falar a respeito do “velho Bonfa”.

O “Bonfa” dos velhos tempos...



Estou me referindo ao Bom Fim – um dos bairros mais conhecidos da Porto Alegre dos casais açorianos. Lugar que me fascina. Morei muito pouco, mas até hoje o visito e ali tem muito das minhas raízes. Lugar onde muitos dos poetas gaúchos se inspiraram para realizar seus trabalhos. Um lugar aprazível!



Tempos do “Bonfa”... Não tão velhos assim

Tempos das corridas de automóveis? As “carreteras” do galgo branco Catarino Andreatta e sua turma? Não.

Tempos da Escola de Cadetes, onde hoje se situa o Colégio Militar? Não.

Tempos do Zé do Passaporte – o sempre lembrado cachorro quente? Não.

Tempos do Bazar Carioca e seus brinquedos da Estrela? Não.

Tempos do Clube de Cultura, localizado na Ramiro Barcelos, onde se apreciava noitadas de música e teatro? Não.



Então que tempos são esses?



Tempos do romântico “Bonfa”.

Tempos do Círculo Social Israelita, localizado nos “altos” do Cinema Baltimore onde se realizavam memoráveis “bailes”. Nem o clube está mais ali e nem mais existe o Cinema, de tantas recordações. Estando ali, agora, naquele terreno um estacionamento que poderia te ser um “Centro Cultural’. Sinal dos tempos. Sinal dos tempos onde os carros são “tudo” na vida dos seres humanos.

Tempos do cafezinho do Bar João. Também “ele” não existe mais e por conseqüência o cafezinho. Era um local de muitas conversas e muitas “piadas” entre os freqüentadores, principalmente nas manhãs de domingo.

Tempos dos jogos de “snooker” junto ao “Serafin’s Bar” ( ou melhor o Bar do Serafim...), ali onde se encontram a Osvaldo e Felipe. Também não existe mais. Deu lugar um “arranha-céu” de escritórios. È o “Bonfa dos negócios”.

Tempos do “quebra-quebra” em função do suicídio do Presidente Getúlio. Foi uma correria infernal...

Tempos do Empório Americano de Móveis e de tantas outras “casas” de móveis. Ramo de negócio que até hoje está presente no “Bonfa” .

São tempos do “velho” Bonfa.

Tempos da vizinhança sentada nas calçadas à espera dos outros vizinhos. Tudo para o tradicional cumprimento e saber das recentes “fofocas”. Tudo faz parte de uma boa vizinhança...

Assim era o “velho” Bonfa. Uma integração completa entre os habitantes. Habitantes de todas as regiões. Habitantes de todos os credos. Habitantes com muita amizade.



E hoje com os novos tempos, tempos da tecnologia, tempos que “correm mais rapidamente” – tempos modernos, o “velho” Bonfa continua um atraente bairro, mas com pouca segurança – pouco policiamento. Com sua alegria. Com seu movimento. Com seus modernos supermercados no lugar dos “velhos” armazéns que vendiam tudo a granel... Sinal dos tempos!

Bairro das inúmeras residências coletivas ou unifamiliares, mas a maioria com pichações...

Bairro dos jovens da UFRGS, que preferem residir ali, em função da proximidade com o “campus” central da Universidade.

Bairro das inúmeras igrejas católicas e das inúmeras sinagogas.

Bairro do “famoso” brick da redenção, onde é o grande programa da população nos domingos pela manhã.

Bairro onde os habitantes poderiam, junto com o poder público, cuidarem mais da limpeza nas ruas.



Mas assim mesmo defino como um bairro simpático, em todos os sentidos...



Bairro com inúmeras farmácias. Todas, ou quase todas, muito próximas. Sempre com ofertas!!! Ofertas em farmácias???

Aproveitem as ofertas do dia...

É só aqui...  É o mundo dos negócios – até na saúde!



 Sinal dos tempos...

Tempos modernos!!!

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